São Paulo, 07 - O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e o senador e ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR), disse que prefere não acreditar que houve os pedidos de prisão dos peemedebistas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo ele, as gravações a que teve acesso não implicam em nenhuma tentativa de barrar a Operação Lava Jato. "Quem vai decidir é o STF, quero ver o fundamento do pedido, mas pelo que saiu na imprensa, nada justifica medida tão drástica e espero que o STF não determine uma medida como esta (prisão)", destacou.
Para Kakay, a delação premiada é um instituto importante para se combater o crime organizado, contudo, ele avalia que este instrumento está sendo "desvirtuado" na atual conjuntura. "A palavra do delator passa a ser vista como verdade", disse, numa referência às gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que dão conta de que distribuiu R$ 70 milhões em propina para Renan, Jucá e Sarney. "Todos meus clientes negaram peremptoriamente esses recursos e dizem que não sabem do tal fundo gerido pelo filho do Sérgio Machado (Expedito, responsável pela gestão de um fundo que seria abastecido com dinheiro de propina em Londres".