São Paulo, 07 - O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e o senador e ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR), disse que prefere não acreditar que houve os pedidos de prisão dos peemedebistas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo ele, as gravações a que teve acesso não implicam em nenhuma tentativa de barrar a Operação Lava Jato.
Kakay classificou o atual momento de "dramático", destacando que as opiniões emitidas sobre a Lava-Jato podem ser interpretadas como tentativa de obstrução da operação policial. "Dois homens divergirem sobre a Lava-Jato não é crime. Eu mesmo sou crítico dos excessos dessa operação e repito, não vi nessas conversas (de seus clientes) qualquer tentativa de interferência. Hoje tudo passou a ser tentativa de interferência." E continuou com as críticas: "Depois da Lava-Jato, prisão preventiva virou regra. Essa banalização da prisão me assusta, enquanto advogado e enquanto cidadão."
Para Kakay, a delação premiada é um instituto importante para se combater o crime organizado, contudo, ele avalia que este instrumento está sendo "desvirtuado" na atual conjuntura. "A palavra do delator passa a ser vista como verdade", disse, numa referência às gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado que dão conta de que distribuiu R$ 70 milhões em propina para Renan, Jucá e Sarney.