Opositores de Cunha querem aproveitar pedido de prisão para votar cassação

Mesmo sem ter certeza de que terão os votos necessários para afastar Cunha, oposição quer votar cassação ainda hoje. Expectativa é que pedido de prisão feito pela PGR pressione os aliados de Cunha a votar contra ele

Brasília, 07 - Opositores do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) querem aproveitar a repercussão negativa da divulgação do pedido de prisão do presidente afastado da Câmara para votar ainda nesta terça-feira, no Conselho de Ética, o parecer pedindo a cassação do peemedebista.
Segundo o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), o pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pode ajudar a mudar votos de integrantes do conselho que estavam indecisos. "Vai ser de 20 a 0", brincou o parlamentar, que é membro titular do colegiado.

Opositores do presidente afastado querem fazer a votação mesmo sem a certeza de como se posicionará a deputada Tia Eron (PRB-BA), cujo voto é considerado decisivo para que a cassação de Cunha seja aprovada no Conselho de Ética. Para que o peemedebista seja cassado, o pedido ainda precisa passar pelo plenário da Câmara.

Caso o parecer pela cassação seja rejeitado no Conselho, a estratégia de aliados de Cunha é apresentar e tentar aprovar um novo parecer propondo uma pena mais branda, provavelmente a suspensão do mandato. Foi justamente esse parecer em separado que foi usado nos últimos dias como aceno para tentar mudar o voto de Tia Eron.

Opositores do presidente afastado da Câmara dizem que, caso o parecer pela cassação seja rejeitado, a estratégia será derrubar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa o parecer à consulta sobre o trâmite de votação de processos disciplinares no plenário. De autoria do deputado Arthur Lira (PP-AL), o parecer beneficia Cunha.

Aliados de Cunha também têm demonstrado confiança para votar o parecer pela cassação nesta terça-feira. Até o momento apenas seis dos 17 deputados inscritos para discutir o parecer já se pronunciaram. Cada um tem 10 minutos de fala.
A reunião terá de ser interrompida assim que começarem as votações no plenário..