Coluna do Estadão
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Aliado de Cunha, o deputado baiano apresentou nesta terça-feira, 7, um voto em separado como alternativa ao parecer oficial do relator no conselho, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que pede a cassação do presidente afastado da Câmara. Apesar de já ter sido apresentado, o voto de Bacelar só será votado no colegiado caso o parecer de Rogério seja rejeitado.
A apresentação do voto em separado já vinha sendo articulada desde a semana passada. Aliados de Cunha usaram o parecer em separado como um "aceno" para tentar convencer deputados a mudarem de voto e passarem a votar contra a cassação do presidente afastado da Câmara.
Antes de apresentar o voto, João Carlos Bacelar pediu a Marcos Rogério que retirasse de seu parecer oficial a imputação a Cunha de recebimento de vantagem indevida, deixando apenas a acusação por ter mentido à CPI da Petrobras em 2015 que não possuía contas secretas no exterior. Para Bacelar, Cunha apenas omitiu, pois "trustes" não são contas bancárias.
Segundo o deputado, seu pedido a Rogério está de acordo com determinação dada pelo presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), para que o parecer do relator se restringisse ao escopo inicial da representação. Caso Rogério acate o pedido, o deputado do PR disse que não apresentará seu voto em separado. Rogério não respondeu ao pedido.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) criticou o voto em separado de Bacelar. Em discurso, o parlamentar carioca também cobrou à presença no Conselho de Ética da deputada Tia Eron (PRB-BA), cujo voto é considerado decisivo para que o colegiado aprove a cassação de Cunha.
O líder do PSOL na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), também cobrou a presença de Tia Eron. Ele lamentou que o conselho esteja dependendo do voto da deputada da Bahia para cassar o presidente afastado da Casa. Para o parlamentar paulista, a situação é uma "vergonha".
'Criminoso'
O deputado Onix Lorenzoni (DEM-RS) disse nesta terça-feira, durante, reunião do Conselho de Ética para votar o relatório de Marcos Rogério (DEM-RO) que pede a cassação de Eduardo Cunha por quebra de decoro parlamentar, que seguirá o voto do relator. E justificou: "Criminoso para mim é criminoso. E estamos diante de evidências que são inegáveis. Houve a ausência do respeito ao público e do que é público. As escolhas que Eduardo Cunha fez o colocaram diante deste colegiado."
Em sua explanação, o deputado Bebeto (PSB-BA) criticou "a soberba" de Cunha, afirmou que o truste do peemedebista foi utilizado para fins ilícitos e disse que seu partido, o PSB, vai acompanhar o voto do relator porque a Casa não pode se apequenar.
Já o deputado Assis Carvalho (PT-PI) acusou Cunha de fazer "jogo de poder" para influenciar membros do parlamento. Segundo o petista, com pautas-bomba, o peemedebista criou condições de "ingovernabilidade" ao País nos anos de 2015/2016..