A presidente voltou a defender que está sendo alvo de uma injustiça e citou os áudios divulgados pelo delator Sérgio Machado, ex-senador e ex-diretor da Transpetro, mostrando integrantes do governo interino de Michel Temer conspirando para tirá-la do cargo e impedir o andamento das investigações contra a corrupção.
Ela também se disse otimista em relação à sua volta, afirmando que o sentimento da população mudou desde que foi confirmado seu afastamento provisório. "Há mais de dois meses e meio que não se divulgam pesquisas no Brasil. (Mas) as pesquisas que fazem em alguns Estados mostram que a situação hoje claramente se inverteu. (...) É visível que as coisas estão mudando. Aqueles que foram às ruas dizendo que me tirar era lutar contra a corrupção não conseguem colocar uma pessoa na rua hoje contra mim porque é visível que é o oposto", disse.
A presidente afastada se defendeu de acusações sobre sua responsabilidade quando ocupou o cargo de presidente do Conselho de Administração da Petrobras, relembrou dos feitos de sua gestão e do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a corrupção e afirmou que a crise econômica foi agravada por uma articulação política que trabalhava para tirá-la da presidência desde a eleição de 2014.
Questionada sobre qual seria seu grande erro e o que fará de diferente caso vença no Senado, Dilma afirmou que repensaria suas alianças, que minaram sua base de governo com a passagem dos partidos de centro para o campo da direita, um movimento capitaneado pelo PMDB.
Ela também criticou o presidencialismo de coalizão e defendeu uma reforma política. "Em 1998, você conseguia estruturar uma maioria parlamentar com três partidos, depois com quatro, hoje não se consegue com menos de 15 partidos.