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Estado de Minas

Questões de ordem retardam comissão do impeachment

A Comissão Especial do Impeachment do Senado deu início nesta quarta-feira à fase probatória do processo, com testemunhas, provas e perícias


postado em 08/06/2016 13:14 / atualizado em 08/06/2016 13:31

O relator da comissão e senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) conversa com o advogado da presidente afastada Dilma Rousseff e ex-ministro da Advocacia-Geral da União (AGU) José Eduardo Cardozo(foto: Pedro França/Agência Senado)
O relator da comissão e senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) conversa com o advogado da presidente afastada Dilma Rousseff e ex-ministro da Advocacia-Geral da União (AGU) José Eduardo Cardozo (foto: Pedro França/Agência Senado)

Questões de ordem atrasaram na manhã desta quarta-feira os trabalhos da Comissão Especial do Impeachment. Marcada para começar às 11 horas, a reunião começou com atraso de quase 50 minutos. Não bastasse o atraso, houve discussões intermináveis entre aliados da presidente afastada Dilma Rousseff - os senadores Lindberg Farias (PT/RJ), Gleisi Hoffmann (PT/PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) e o advogado de defesa, ex-ministro José Eduardo Cardozo-, e os demais senadores que apoiam o afastamento da presidente. A comissão conta com 21 membros efetivos.

Houve um momento de tensão quando a senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR) pediu "respeito" ao colega Magno Malta (PR/BA). Malta criticou o senadores que defendem a presidente afastada Dilma Rousseff na comissão. "Eles não estão errados, não, mas ficam nessa cantilena toda vida, falando para a militância. É preciso chá de camomila, muita calma. Mas isso não vai mudar voto aqui, não", disse o senador. "Ora, estamos aqui em minoria, discutindo um assunto sério. Não podemos usar a palavra, de acordo com o Regimento?", questionou a senadora.

Até mesmo o tempo para cada senador falar foi alvo de questionamentos . O presidente da comissão, senador Raimundo Lira (PMDB/PB) determinou em até três minutos o prazo para cada parlamentar.

"Quem estiver insatisfeito"


Lira também precisou responder a uma questão de ordem do senador Lindberg Farias, que pediu para suspender os trabalhos da comissão. "Essa comissão não tem moral para julgar a presidente Dilma", disparou Lindberg. O presidente da comissão destacou que a instância máxima da comissão, nesta fase do processo que julga o mérito do pedido de impeachment, é o Supremo Tribunal federal. "Quem estiver insatisfeito que recorra (ao STF)", afirmou Lira.

Paradoxo


José Eduardo Cardozo lamentou o fato de o então presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), ter dado "um cavalo de pau" ao acolher o pedido de impeachment. Segundo Cardozo, ao dar andamento à denúncia tendo por base as contas de 2015, sem aprovação do TCU, Cunha teria cometido erro grave. Para Cardozo, o processo contra Dilma está cheio de "paradoxos".

Ladainha


Para o senador Ricardo Ferraço (PSDB/ES) , que substituiu o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB/SP) na comissão, apoiadores de Dilma se sustentam em " ladainhas" neste processo de impeachment ao afirmarem que há um golpe em curso no país. "Ora, um golpe presidido pelo presidente do Supremo. Ora, tenha paciência", afirmou o senador capixaba.

Acusação


Os autores do processo de impeachment, os juristas Janaína Paschoal, Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr., indicaram duas das testemunhas que serão ouvidas nesta reunião: o procurador da República junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Júlio Marcelo de Oliveira, e o auditor do TCU Antonio Carlos Costa d'Ávila Carvalho


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