A maioria dos brasileiros acredita que foi correta a decisão do Senado Federal, que afastou a presidente Dilma Rousseff (PT) no dia 12 de maio para dar seguimento ao pedido de impeachment da petista por crime de responsabilidade fiscal. Levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT/MDA), divulgado nesta quarta-feira, mostra que 62,4% apoiam o afastamento da petista e outros 33% acham que foi uma decisão errada do Congresso Nacional.
A causa, porém, parece não ter sido compreendida. Para 44,1% dos entrevistados, a presidente Dilma foi afastada do cargo por causa de corrupção no governo federal. Já 37,3% atribuem seu processo de impeachment a uma tentativa de obstrução da Operação Lava-Jato. Somente 33,2% acreditam que ela foi suspensa por causa das pedaladas fiscais, o real motivo apontado pelo Congresso para tirá-la temporariamente do cargo.
Entre os que responderam o questionário, 61,5% afirmam que o processo de impeachment de Dilma foi legítimo. Já para 33,3% não foi.
A pesquisa foi realizada entre os dias 2 a 5 de junho. Foram ouvidas 2.002 pessoas em 137 municípios de 25 unidades da Federação em cinco regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos e o índice de confiança é 95%.
Na comparação do governo Dilma com o do presidente em exercício Michel Temer, 54,8% consideram que está igual. Para 20,1%, a gestão do peemedebista está melhor e já são vistas mudanças positivas. Outros 14,9% acreditam que o governo federal está pior. Também para 46,6% dos entrevistados, a corrupção no governo Temer será igual à do período de Dilma. Para 28,3% será menor e 18,6% consideram que a corrupção será maior que a de Dilma. Segundo a pesquisa, o governo Temer é avaliado negativamente por 28% e positivamente por 11,3% dos ouvidos. Para 30,2% o desempenho é regular e 30,5% não souberam opinar.
Já a avaliação pessoal do presidente em exercício chega a 33,8% contra 40,4% de desaprovação. Outros 25,8% não souberam opinar.
Eleições em 2018
A CNT também ouviu as pessoas sobre as eleições de 2018. Em um cenário com o senador Aécio Neves sendo o candidato do PSDB, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sairia na frente no primeiro turno com 22% das intenções contra 15,9% do tucano. A ex-senadora Marina Silva (Rede) aparece com 14,8% da preferência e Ciro Gomes (PDT) com 6%. Em seguida aparecem Jair Bolsonaro (PSC) com 5,8% e Michel Temer com 5,4%. Brancos e nulos somam 21,2% e indecisos 8,9%.
No segundo cenário, com o governador de São Paulo Geraldo Alckmin concorrendo, Lula tem 22,3% das intenções, Marina Silva 16,6% e Alckmin 9,6%. Depois vem Ciro Gomes com 6,3% das intenções, Michel Temer e Bolsonaro com 6,2%, Brancos e nulos somam 24% e indecisos 8,8%. Em um eventual segundo turno, Aécio vence Lula por 34,3% a 29,9%, Temer por 32,3% a 15,8% e Marina Silva por 29,7% a 28%.