Preso com o ex-marqueteiro do PT João Santana, na 23ª fase da Operação Lava-Jato, denominada Acarajé, o engenheiro e lobista polonês Zwi Skornicki fechou com o Ministério Público Federal (MPF) acordo de delação premiada com o objetivo de diminuir a pena.
Skornicki, assim como Santana e a mulher, Mônica Moura, além de outras cinco pessoas, viraram réus na Lava-Jato e respondem pelos crimes de corrupç&atild e;o, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
O lobista é responsável pela intermediação de contratos na Petrobras que somam R$ 6 bilhões. A expectativa do Ministério Público Federal é de que o polonês ofereça provas contundentes de como o dinheiro sujo abasteceu campanhas políticas. Ele é representante no Brasil no estaleiro Keppel e, de acordo com o MPF, foi citado por delatores como um forte operador do esquema de pagamento de subornos.
Segundo reportagem publicada pelo site do jornal O Globo, Zwi Skornicki disse à Lava-Jato que João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, lhe pediu US$ 4,5 milhões para ajudar a financiar a campanha pela reeleição de Dilma Rousseff, em 2014. O pagamento foi realizado diretamente para o marqueteiro João Santana e não foi declarado à Justiça Eleitoral.
A Polícia Federal investigou inicialmente o destino de US$ 7,5 milhões recebidos na Suíça por João Santana. A maior parte dos recursos — 60% — teria sido remetida, em 2013 e 2014, ao exterior por Skornicki, utilizando a empresa Shellbill Finance S.A.
As duas offshores transferiram os valores para a Shellbill Finance S.A., que teria repassado a contas de Santana. Foi na casa de Zwi Skornicki que policiais federais encontraram, na 9ª fase da Operação Lava-Jato, em fevereiro de 2015, uma carta escrita por Mônica Moura. Ela encaminha dados de duas contas, uma que recebia em euro e outra em dólar, no exterior. Na mesma carta, a mulher de Santana diz que enviou o modelo de contrato e que apagou, por motivos óbvios, o nome da empresa. Avisa também que, “por motivos de segurança”, não tem uma cópia eletrônica da carta..