Rio - O governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles (PP), demonstrou esperança de que o governo federal terá "sensibilidade" para aceitar a proposta dos Estados de dar uma carência de dois anos no pagamento de juros das dívidas das unidades federativas com a União. Os governadores também pleiteiam a troca dos indexadores dos juros da taxa Selic (juros básicos, hoje em 14,25%) pelo equivalente ao IPCA mais 4%.
Segundo Dornelles, há unanimidade entre os secretários estaduais de Fazenda sobre a mudança nos juros da dívida. A ideia é trocar o indexador do crédito por todo o prazo, desde a contratação, nos anos 1990. O governador em exercício disse também que existe unanimidade sobre a questão da carência de dois anos.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Tarcísio Godoy, e a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, tinham uma reunião com secretários de Fazenda às 10h de hoje.
Questionado sobre o aval do Tesouro a um novo empréstimo de cerca de R$ 1 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que o Estado do Rio espera para concluir as obras da Linha 4 do Metrô, expansão prometida para os Jogos Olímpicos, Dornelles afirmou que a operação depende de um outro empréstimo de R$ 1 bilhão com o Banco do Brasil (BB).
O governador afirmou que essa operação junto ao BB já foi aprovada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Com o financiamento, o Estado pretende pagar à União o que deve por causa de atrasos no pagamento de empréstimos junto a organismos internacionais, habilitando-se assim a conseguir o aval do Tesouro para o novo crédito junto ao BNDES. "Temos esperança que isso ocorra até o fim do mês", disse Dornelles.
Para enfrentar a crise, o governo do Rio decidiu extinguir cinco secretarias e anunciou o corte de 30% nas despesas operacionais de todas as pastas, menos as das áreas de educação, saúde e segurança pública.