O Conselho Superior do Ministério Público Federal aprovou em reunião na última terça-feira a criação de uma força-tarefa no Rio de Janeiro para investigar supostos crimes de corrupção, desvio de verbas e fraudes em licitações e contratos na Eletronuclear, estatal subsidiária da Eletrobras. O caso é um desmembramento da Operação Lava-Jato.
Casos desmembrados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e enviados à Justiça Federal do Rio de Janeiro não contam com a mesma estrutura da força tarefa de Curitiba e, por isso, andam a passos lentos. A decisão de agora deve amenizar esse problema.
A 16ª fase da Lava-Jato, chamada de Radiotividade, identificou possíveis irregularidades em contratos para a construção da usina nuclear Angra 3. A investigação sobre a Eletronuclear foi enviada ao Rio de Janeiro por decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF.
Isso ocorreu porque o ministro não viu relação entre os crimes cometidos na Eletronuclear e na Petrobras. A ação começou a andar em novembro do ano passado, na 7ª Vara Federal Criminal do Rio.
O vice-almirante da Marinha Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, foi preso durante a operação e hoje está em prisão domiciliar. O executivo é suspeito de ter recebido R$ 4,5 milhões em propinas em contratos firmados entre a estatal e as empreiteiras Engevix e Andrade Gutierrez, entre os anos de 2009 e 2014.