Segundo Pereira, a deputada tem "liberdade para votar com a consciência" e de acordo com o desejo da "sociedade e seus eleitores".
A deputada Tia Eron tem sido alvo de pressão de aliados de Eduardo Cunha para votar contra o relatório do Conselho de Ética que pede sua cassação. Com o conselho dividido, o voto da deputada pode ser decisivo para livrar o presidente afastado da Câmara da punição.
Na sessão que votaria o relatório, na última terça-feira, 7, a deputada não registrou presença apesar de estar na Câmara, reunida em seu gabinete com o senador Eduardo Lopes (PRB-SP), presidente do partido. Pereira afirmou ainda que não sabe por que a deputada não compareceu à reunião do Conselho de Ética.
"Não sei se ela vai votar contra ou a favor. Fiquei surpreso também por que ela não teria aparecido. Tem que perguntar se ela vai aparecer ou não a ela, ela tem liberdade para ir e vir como todo brasileiro", afirmou o ministro. Na véspera da sessão, Marcos Pereira se reuniu com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB), o que ampliou as suspeitas de interferência do Planalto na votação do Conselho de Ética.
O ministro também indicou que pré-candidatos à prefeitura não devem interferir no voto. Com chances nas disputas locais, Celso Russomanno (PRB-SP) e Marcelo Crivella (PRB-RJ) teriam demonstrado resistência ao apoio do partido a Eduardo Cunha. "Os pré-candidatos devem se dedicar às eleições locais, temas locais. Temos que deixar a deputada avaliar. É ela que está compondo o Conselho de Ética, que tem participado das discussões, que está analisando o tema", afirmou.
"Os deputados são eleitos, prestam satisfação aos seus eleitores e, com a consciência, devem votar pensando no que querem a sociedade brasileira e seus eleitores", completou Pereira, que enfrentou protestos na chegada à sede do INPI. Um grupo de manifestantes portava faixas contra o governo e chamou o ministro de "golpista"..