O diálogo entre os dois grupos foi aberto nessa quarta-feira, 8. Foram discutidas alternativas para provocar a realização de novas eleições internas. No encontro, a antiga oposição cobrou apoio dos petistas ao projeto que declara vago o cargo de presidente da Câmara.
De autoria do deputado Roberto Freire (PPS-SP), se aprovado, forçaria a realização de nova eleição, acabando com a presidência interina do deputado Waldir Maranhão (PP-MA). O maranhense assumiu o comando da Casa no início de maio, após o Supremo Tribunal Federal afastar Cunha.
Para aprovar o projeto, precisam de assinaturas de líderes que representem 257 deputados. Até agora, contudo, apenas PSDB, DEM, PPS e PSB apoiam a proposta. Juntos, os quatro partidos têm 119 parlamentares. A nova oposição - PT, PC do B, PDT e o deputado Silvio Costa (PT do B-PE) - soma 90 parlamentares.
'Dúvida'
O PT, por ora, se recusa a assinar o pedido.
A avaliação no PT e nos outros partidos adversários de Temer é que, por enquanto, pode ser mais favorável lidar com o presidente interino da Câmara. Embora seja aliado de Cunha e do Centrão, Maranhão votou contra o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e é próximo de deputados do PT, PCdoB e PDT, além de ser aliado do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
A antiga oposição não aceita Maranhão. "O que está em questão é a normalidade da Casa. Não dá para Waldir Maranhão presidir", afirmou o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA). O tucano nega acordo para salvar Cunha. "A cassação de Cunha é consequência e, caso venha para o plenário, será inevitável", disse.
Embora tenham tido divergências na primeira conversa, os dois grupos vão continuar as articulações. Nova reunião está marcada para a próxima semana. .