Campos é ex-deputado e presidente interino do PSD, partido do ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, a quem a ECT está vinculada.
O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, tentou justificar a decisão de Temer alegando que "as empresas públicas não podem ficar acéfalas".
Pelo texto do projeto de lei que já foi aprovado no Senado e está em apreciação agora na Câmara, as vagas de presidente e diretor de estatal ou banco e as dos integrantes dos conselhos de administração das empresas só poderiam ser ocupadas por quem deixou de ser dirigente partidário há pelo menos três anos - o que não é o caso de Campos. Esse trecho do projeto, no entanto, poderá ser alterado no projeto de lei por pressão dos partidos da base aliada. O projeto diz ainda que os cargos só poderão ser ocupados por quem tiver experiência de dez anos no setor público ou em área privada conexa à da empresa que o indicado irá comandar - o que novamente não é o caso de Campos.
Ao defender a indicação do novo presidente da ECT, Geddel lembrou que publicação do nome dele no Diário Oficial da União atrasou porque existiam algumas pendências. E avisou que, no caso dele, "não dava para mudar mais" porque já estava tudo acertado desde a primeira semana de governo. Ontem mesmo Campos tomou posse no cargo, em cerimônia com a presença de seu padrinho político, Gilberto Kassab. Até agora, os Correios estavam sendo controlados por indicados pelo PDT.
Contradições
A nomeação de Campos não foi o único anúncio feito por Temer que contraria suas próprias decisões.