O ex-presidente foi denunciado criminalmente pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por supostamente participar da compra do silêncio do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró, um dos delatores da Lava-Jato.
Lula também é investigado pela força-tarefa do Ministério Público Federal, em Curitiba, base da Lava Jato. Os procuradores atribuem a ele a propriedade do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), e do apartamento tríplex no edifício Solaris, no Guarujá - patrimônio que a defesa do petista nega ser dele.
Há meses, o ex-presidente vinha buscando uma aproximação com o criminalista. Lula confia em Roberto Teixeira, seu amigo e compadre, mas vê a necessidade de reforçar sua defesa. Escolheu Batochio, há 49 anos na advocacia, que defende investigados das três principais operações da Polícia Federal que agitam o ambiente político do País - Lava Jato, Zelotes e Acrônimo.
Na Lava-Jato, o criminalista já representa o ex-ministro Palocci. Na Acrônimo e na Zelotes, ele defende o empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, do grupo CAOA.
Dono de um estilo incisivo, Batochio tem sido um crítico contundente das delações premiadas que são a alma da Lava Jato. Em suas manifestações públicas e nos autos em que atua, o criminalista mantém sua posição de respeito ao direito e às garantias.
Batochio foi presidente da Associação de Advogados de São Paulo (1985-1986), da Ordem dos Advogados do Brasil, em São Paulo (1991-1993), e da OAB nacional (1993-1995). O criminalista também foi deputado federal pelo PDT entre 1998 e 2002, vice-líder da oposição ao governo Fernando Henrique Cardoso.
O criminalista não quis se manifestar sobre seu novo desafio.
Em nota nesta sexta-feira, o escritório de Teixeira e Zanin informou sobre o convite a Batochio.
"O escritório Teixeira, Martins & Advogados responsável por coordenar os trabalhos jurídicos relativos ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou o advogado José Roberto Batochio para também atuar na sua defesa.