Florence ressaltou que a decisão de convocar novas eleições seria uma questão de "foro íntimo de Dilma". "Há mecanismos constitucionais para isso, não vou dizer que não vai acontecer, agora essa não é a lógica da liderança do PT na Câmara. Minha política é de que ela volte e exerça o seu mandato até o fim", afirmou. A posição de Florence vai contra o que dizem as lideranças petistas no Senado, que avaliam que o plebiscito poderia garantir maior legitimidade para Dilma no Congresso. Além disso, eles utilizam o discurso para convencer senadores indecisos a votarem pela permanência da presidente afastada no processo de impeachment.
Questionado sobre a postura dos membros do partido, Florence disse não ser nem contra, nem a favor, mas tem evitado falar sobre o assunto com aliados. "Eu não trabalho com essa perspectiva, trabalho com a perspectiva de ela voltar, não cogito essa hipótese, não discuto, não tem nem esse espaço para virem falar comigo sobre isso", declarou o líder do PT.
Para Florence, a tese do "golpe" tem sido fortalecida pelos áudios gravados pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, envolvendo a cúpula do PMDB. O líder do PT também está mais otimista com o resultado da votação do impeachment devido aos pedidos de prisão pela Procuradoria-geral da República (PGR) do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (RJ) e do senador Romero Jucá (RR), que considera terem enfraquecido o governo de Michel Temer.
Lideranças do PT no Senado, que acreditam ter o apoio de um grupo de cerca de 30 parlamentares, tentam agora convencer os movimentos sociais a endossarem a proposta. Segundo eles, a Central Única de Trabalhadores (CUT) seria o ponto de maior resistência. Florence avalia que os grupos foram contrários ao plebiscito anteriormente porque uma nova eleição seria "jogar no escuro", já com Dilma eles sabem que terão seus direitos assegurados. O líder do PT, contudo, não descarta a possibilidade de os movimentos mudarem de ideia..