Representantes das centrais almoçaram ontem com o presidente interino Michel para discutir a reforma da Previdência e ações de combate ao desemprego. Participaram do encontro, no Palácio do Jaburu, 85 representantes de sindicatos ligados a quatro centrais: Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB). Esse grupo representa cerca de 60% dos sindicatos e tem aproximadamente 5 milhões de filiados. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) não tem participado de reuniões com Temer por não reconhecer a legitimidade do governo interino.
O governo criou no mês passado um grupo de trabalho para debater alterações nas regras previdenciárias.
As declarações foram publicadas pela assessoria de imprensa no Twitter do presidente interino ainda enquanto transcorria o encontro. Ele lembrou que completou 27 dias no governo, período em que aprovou medidas importantes no Congresso, como a ampliação da meta fiscal, para um deficit de R$ 170,5 bilhões e a prorrogação da Desvinculação das Receitas da União (DRU).
Discórdia
Na saída do almoço, que durou cerca de duas horas, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), disse que o principal ponto de discórdia entre as centrais e a proposta do governo é a insistência em estipular idade mínima para a aposentadoria. “Estamos apresentando propostas para o governo resolver de imediato o caixa de Previdência, como vender prédios abandonados, e destinar a ela metade do dinheiro arrecadado com jogos de loteria, medida que deverá ser aprovada pela Câmara. Qualquer reforma é de médio e longo prazos. Precisamos resolver o problema do deficit que a Previdência tem”, afirmou.
Está marcada para a próxima segunda-feira uma reunião das centrais sindicais com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha e o da Fazenda, Henrique Meirelles, no Palácio do Planalto. O presidente da Força Sindical acrescentou que uma das sugestões levadas ao presidente interino para estimular a geração de empregos é a edição de uma medida provisória para tratar dos acordo de leniência de empresas que têm diretores presos pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. “Não queremos interferir na Lava-Jato, mas as empresas não podem pagar pelos malfeitos dos diretores; isso (os acordos) pode alavancar o setor da construção civil, da construção pesada”, declarou.
Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), ressaltou que a reunião tentou avançar na discussão de soluções para a crise econômica. “Queremos apresentar sugestões para reduzir o desemprego e colocar a economia para girar de forma que beneficie o povo”, afirmou..