O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados votou, nesta terça-feira, pela cassação do presidente da Casa afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O placar foi de 11 votos favoráveis e 9 contrários. O relatório do deputado Marcos Rogério foi aprovado e agora a cassação segue para ser referendada pelo plenário. Para que ele tenha o mandato cassado, é preciso pelo menos 257 votos, a maioria absoluta dos 513 deputados. Cunha é acusado de quebra de decoro parlamentar. O argumento é que ele mentiu à CPI sobre a existência de contas no exterior. O processo no conselho durou oito meses meses.
A sessão de hoje foi bastante tumultuada. Em diversos momentos os deputados trocaram acusações e o clima esquentou.
Uma das manifestações mais aguardadas era a da deputada Tia Eron (PRB-BA) que tinha o considerado voto decisivo. Mais cedo,na própria sessão, ela havido dito que votaria "com a consciência". “Ninguém manda nesta nega aqui. Quero olhar nos olhos de cada um. Os olhos refletem o que a boca não tem coragem de dizer. Eu não fui abduzida”, disse, se referindo às criticas recebidas pela sua ausência na última reunião do conselho.
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) defendeu Cunha e disse que as acusações contra ele são desprovidas de provas. “O relator não afirma que o truste é conta. Faz uma série de conjecturas. Truste não é conta. Tanto não há provas que a Polícia Federal fez busca e apreensão em todos os endereços de Eduardo Cunha e não resultou em nada”, disse.
Segundo o relator, Cunha é o dono de pelo menos quatro contas nna Suíça: Köpek; Triumph SP, Orion SP e Netherton.
O processo de Cunha no Conselho de Ética é considerado o mais longo no colegiado e foi marcado por inúmeras manobras que protelaram a decisão dessa terça-feira. A representação contra Cunha foi entregue pelo PSOL e Rede à Mesa Diretora da Câmara, no dia 13 de outubro de 2015. (Com agências).
Favoráveis ao afastamento
Paulo Azi (DEM-BA)
Tia Eron (PRB-BA)
Wladimir Costa (SD-PA)
Leo de Brito (PT-AC)
Valmir Prascidelli (PT-SP)
Zé Geraldo (PT-PA)
Betinho Gomes (PSDB-PE)
Júlio Delgado (PSB-MG)
Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS)
Sandro Alex (PSD-PR)
Marcos Rogério (DEM-RO)
Contrários ao afastamento
Alberto Filho (PMDB-MA)
André Fufuca (PP-MA)
Mauro Lopes (PMDB-MG)
Nelson Meurer (PP-PR)
Sérgio Moraes (PTB-RS)
Washington Reis (PMDB-RJ)
Laerte Bessa (PR-DF)
João Carlos Bacelar (PR-BA)
Wellington Roberto (PR-PB).