Em uma entrevista concedida a agências internacionais, Rousseff afirmou que primeiro deve sobreviver ao julgamento do Senado e disse que o Brasil está passando por um esgotamento político e que os brasileiros não acreditam mais no processo.
"Isso tem de ser superado", disse.
A petista foi impedida e suspensa pelo Senado no mês passado por ter usado supostos truques fiscais para esconder lacunas no Orçamento. Ela tem negado malfeitos repetidamente, insistindo que os procedimentos foram uma "fraude" e um "golpe".
Dilma argumentou que muitos deputados queriam tirá-la do poder para interromper a Lava Jato e que ela se recusou a fazer qualquer coisa que pudesse alterar o processo das investigações.
Durante a entrevista, Dilma falou sobre a ideia de um plebiscito em seu mandato, mas não forneceu nenhum detalhe sobre como isso funcionaria. "Eu não tenho nenhum problema em perguntar o que o povo quer", disse, "Em qualquer caso, a única forma de interromper o mandato de um presidente é por meio de um plebiscito".
Para que novas eleições sejam possíveis antes de 2018 tanto Dilma como o presidente interino, Michel Temer, teriam que renunciar ou serem removidos dos respectivos cargos.
Os aliados de Temer têm rejeitado os clamores de novas eleições por parte de alguns deputados. Mesmo assim, uma série de escândalos que perseguem a administração Temer fez com que vários senadores tornassem públicas suas intenções de reconsiderarem seus votos.
Dilma disse que passa seus dias formulando estratégias com ativistas e deputados simpáticos ao seu governo sobre como mudar o voto dos senadores. Ela também afirmou que está trabalhando em uma carta de intenções que seria publicada poucos dias antes do julgamento do impeachment.
A presidente afastada ainda disse que estará presente nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, caso seja convidada. "Se não me convidarem, eu vou assistir do alto de uma árvore com binóculos", brincou. Fonte: Associated Press..