O ministro destacou que as declarações de Machado não se referem, a princípio, a nenhum tipo de crime. "A narrativa do Sérgio Machado não fala e nem dá a entender qualquer tipo de ilegalidade", afirmou. Padilha disse ainda que, pela fala de Machado, a referência foi que ele iria conseguir uma doação oficial e que doações oficiais são legais. "Na época, a distinção que existia era se a destinação seria uma doação oficial ou caixa 2, como ele fala em oficial era absolutamente legal."
Padilha rechaçou a possibilidade de que a citação ao nome de Temer atrapalhe os projetos do governo. "Isso não atrapalha a relação do governo com Congresso, não existe nada em relação ao presidente em exercício", afirmou.
A primeira reação no Palácio do Planalto com as revelações da delação de Machado são na tentativa de afastar "qualquer tipo de problema" de Temer. Interlocutores do presidente em exercício asseguram que não há nada que o comprometa.
Citação a Temer
Em delação premiada, Machado envolveu diretamente o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e outros 20 políticos em propinas da estatal. O delator revelou uma suposta operação de captação de recursos ilícitos, envolvendo Temer e o senador Valdir Raupp (PMDB-RR), para abastecer, em 2012, a campanha do então candidato Gabriel Chalita (PDT), que na época integrava o PMDB, para a Prefeitura de São Paulo.
Segundo o delator, Chalita não estava bem na campanha.
"O contexto da conversa deixava claro que o que Michel Temer estava ajustando com o depoente era que este solicitasse recursos ilícitos das empresas que tinham contratos com a Transpetro na forma de doação oficial para a campanha de Chalita", revelou Machado à Procuradoria-Geral da República..