O presidente interino Michel Temer (PMDB) afirmou nesta quarta-feira que é “absolutamente inverídica” a versão de que ele teria recebido recursos ilícitos ao ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Em nota, Temer afirma que mantinha com Machado apenas relacionamento “formal e sem nenhuma proximidade”. O delator revelou uma suposta operação de captação de recursos ilícitos, envolvendo Temer e o senador Valdir Raupp (PMDB-RR), para abastecer, em 2012, a campanha do então candidato Gabriel Chalita (PMDB) para a Prefeitura de São Paulo. O documento foi disponibilizado na íntegra pela Procuradoria-Geral da Republica (PGR).
“Em toda a sua vida pública, o presidente em exercício Michel Temer sempre respeitou estritamente os limites legais para buscar recursos para campanhas eleitorais. Jamais permitiu arrecadação fora dos ditames da lei, seja para si, para o partido e, muito menos, para outros candidatos que, eventualmente, apoiou em disputas”, afirmou no texto divulgado no começo da noite de hoje.
Machado revelou à PGR que o interino pedia doações as empresas que tinha contrato com a Transpetro. Um dos repasses seria no valor de R$ 1,5 milhão. "O contexto da conversa deixava claro que o que Michel Temer estava ajustando com o depoente era que este solicitasse recursos ilícitos das empresas que tinham contratos com a Transpetro na forma de doação oficial para a campanha de Chalita", revelou Machado à Procuradoria-Geral da República.
De acordo com o delator, Michel Temer lhe disse que estava com problema no financiamento da candidatura de Chalita e perguntou se ele poderia ajudar. "O depoente disse que faria um repasse através de uma doação oficial no valor de R$ 1,5 milhão."