Temer também pretende apresentar-se aos brasileiros das classes C, D e E, parcela da população que desconhece o presidente interino e, atualmente, abriga a maior parte dos eleitores do PT, sobretudo na região Nordeste. Por isso, optou-se por um pronunciamento em rádio e televisão, e não nas redes sociais, como os últimos feitos pela presidente afastada Dilma Rousseff. Até o momento, não há previsão de qualquer referência à Operação Lava-Jato e às acusações contra ele ou à continuidade das investigações do Ministério Público Federal e do juiz Sérgio Moro, em Curitiba.
Temer tem plena consciência de que o pronunciamento poderá gerar reações nas redes sociais e eventuais panelaços, a exemplo do que ocorreu na entrevista concedida por ele ao programa Fantástico. Assessores mais próximos lembram que ele manteve a viagem ao Rio, na última terça-feira, sem desviar o trajeto, mesmo sabendo que corria o risco de deparar-se com protestos de petistas e movimentos sociais.
A ideia de fazer o pronunciamento já vinha sendo amadurecida pelo interino há pelo menos duas semanas. O peemedebista, contudo, optou por desengavetar o projeto agora, com certo atraso, por conta da efeméride dos 30 dias de gestão, completados no último domingo, 12.
Além do pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, o governo também elaborou uma cartilha com as principais ações e matérias votadas no Congresso. O material será distribuído aos agentes econômicos para tentar retomar a confiança dos investidores nacionais e internacionais. .