De acordo com o delator, que aponta pelo menos 25 políticos - inclusive cardeais do PMDB, como Renan Calheiros, Romero Jucá e Sarney - desde aquele ano 'havia um padrão segundo o qual os empresários moldavam seus orçamentos com incorporação do conceito de 'custo político'.
"O 'custo político' é o porcentual de qualquer relação contratual entre empresa privada e poder público a ser destinado a propinas; que esse porcentual é de 3% no nível federal, de 5 a 10% no nível estadual e de 10 a 30% no nível municipal", declarou Sérgio Machado.
"Recentemente, em todos os níveis de governos, as pessoas saíram desse padrão e foram além, envolvendo a estrutura das empresas estatais e dos órgãos públicos, o que antes não acontecia; que o depoente não deixou a Transpetro sair do "modelo tradicional."
De acordo com Machado, desde aquele ano o sistema funciona em três instâncias.
"1) políticos indicam pessoas para cargos em empresas estatais e órgãos públicos e querem o maior volume possível de recursos ilícitos, tanto para campanhas eleitorais quanto para outras finalidades; 2) empresas querem contratos e projetos e, neles, as maiores vantagens possíveis, inclusive por meio de aditivos contratuais 3) gestores de empresas estatais têm duas necessidades, uma a de bem administrar a empresa e outra a de arrecadar propina para os políticos que os indicaram."
Sérgio Machado foi deputado federal de 1991 a 1994 e senador de 1995 a 2002.
O delator afirmou que, como presidente da Transpetro, administrava a empresa com duas diretrizes. "Extrair o máximo possível de eficiência das empresas contratadas pela estatal, tanto em qualidade quanto em preço, e extrair o máximo possível de recursos ilícitos para repassar aos políticos que o garantiam no cargo", disse.
Em sua delação, Machado apontou propina a um grupo de pelo menos 25 políticos, inclusive o presidente em exercício Michel Temer (PMDB)..