Delegacia de crime contra os animais de BH não funciona, diz comissão da Assembleia

Em operação desde 2013, a divisão da Polícia Civil está inoperante por falta de efetivos, segundo os deputados da comissão de proteção dos animais

Juliana Cipriani

Segundo os deputados que fizeram visita hoje, falta amparo policial para a proteção dos animais - Foto: Solon Queiroz


Criada em 2013 para investigar os crimes contra os animais em Belo Horizonte, a delegacia especializada em crimes contra a fauna está inoperante, segundo denúncia da Comissão de Proteção aos Animais da Assembleia Legislativa. Um grupo de deputados fez essa constatação em visita técnica na manhã desta quinta-feira à sede da instituição, no Bairro Carlos Prates. De acordo com os parlamentares, o acesso é difícil e falta efetivo para dar andamento às denúncias de maus-tratos contra os animais.

A visita à delegacia foi pedida diante de várias denúncias recebidas na comissão. As reclamações são que ninguém atende telefone no local e que os casos levados não são apurados. “Desde novembro, temos enviado requerimentos com pedidos de informação sobre os inquéritos apurados e não recebemos nenhum tipo de resposta”, afirmou o presidente da comissão, deputado Noraldino Junior (PSC).

Para Noraldino, a situação da delegacia é de inoperância. “O que constatamos é que a delegacia, da forma que está hoje, é para inglês ver. Ela existe, mas a população não tem acesso, é totalmente ineficaz frente a demanda que existe”, afirma.
Segundo a comissão, a delegacia hoje tem uma delegada que responde conjuntamente por outra divisão e também um escrivão compartilhado. A unidade não tem nem impressora colorida. A comissão está solicitando ao governo que designe um delegado específico para a delegacia especializada em crimes contra a fauna e pede também um contingente maior.

Na estrutura física, foi solicitado um levantamento do material necessário para equipar o local. Os deputados Noraldino Junior e Fred Costa (PEN), vice-presidente da comissão de proteção dos animais, se comprometeram a destinar verba em suas emendas parlamentares. “É necessário um aprimoramento urgente da delegacia para corresponder à expectativa da população e à sua razão de existir. Está completamente aquém da necessidade e insuficiente, em que pese o esforço das poucas pessoas que estão lá”, afirmou Fred Costa.


Participaram da reunião a chefe da Divisão Especializada de Proteção ao Meio Ambiente, Cristiane Lopes, a chefe do Departamento de Investigação e Proteção à Família, Elisabeth Dinardo, e o delegado da 2ª Delegacia de Meio Ambiente, Aloísio Daniel Fagundes.

Resposta

A Polícia Civil informou, por meio de sua assessoria, que, embora não tenha sido designada oficialmente como titular da delegacia de crimes contra a fauna, a delegada Cristiane Ferreira Lopes, da divisão de Proteção ao Meio Ambiente, responde atualmente por ela. Além dela, segundo a assessoria, há mais três delegados.

Sobre a falta de atendimento telefônico, a PC alega que há um conflito de conceito com as unidades de proteção aos animais e organizações governamentais. “Muitas pessoas ligam falando que tem um animal atropelado e querem que alguém da delegacia vá buscar, mas a delegacia não é uma Ong. Não é o serviço de apreensão dos animais que a delegacia faz, é um trabalho investigativo com base na lei”, afirma assessoria.

A Polícia Civil orienta quem tenha um caso de crime contra a fauna a procurar pessoalmente a delegacia na rua Piratininga, 105, no Carlos Prates. Se for uma denúncia anônima a pessoa pde ligar no 181.

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