"As razões, obviamente, não vou aqui revelar, nem nome nenhum, mas temos controle diário de várias fontes nossas lá dentro do Senado", disse o braço-direito de Temer a jornalistas, após participar de evento em São Paulo. Conhecido por suas planilhas e por sua habilidade na articulação política, Padilha lembrou que previu 368 votos pela abertura do processo de impeachment na Câmara e foram 367.
No Senado, na decisão que afastou Dilma em 12 de maio, Padilha disse que seu grupo de trabalho previu 55 votos favoráveis à abertura do processo e foram de fato 55 votos. Padilha comentou brevemente a fala do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) de que não achava conveniente haver votação de medidas do ajuste fiscal, como da PEC que estabelece um teto para os gastos públicos, antes do julgamento definitivo do impeachment de Dilma.
Padilha disse que a afirmação de Renan está correta, passando a mensagem de que não há incômodo do governo com o presidente do Congresso Nacional. "Uma emenda constitucional, sabemos que passa por comissão especial, tramitação na Câmara, no Senado. Não há tempo material para votar antes da votação do impeachment, portanto o que disse o senador Renan, em princípio nós concordamos."
Padilha se recusou a comentar o processo de impedimento contra o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que Renan disse que pode aceitar. O ministro da Casa Civil alegou respeito à independência e harmonia entre poderes para evitar a questão. Com a mesma alegação, não quis comentar o processo de cassação contra o peemedebista presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (RJ)..