O peemedebista vem demonstrando incômodo com os relatos de que estaria disposto a fazer delação premiada ou abrir mão do cargo de presidente da Casa. Ao
Broadcast Político
, Cunha afirmou que pretende voltar a dar declarações aos jornalistas para acabar com o que chamou "fofocas" envolvendo seu futuro político. "Darei coletiva sempre. Voltarei ao hábito", disse.
Um dia antes da coletiva, a CCJ se reunirá para apreciar uma consulta do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que é vista como uma forma de reverter em plenário o pedido de cassação do peemedebista. A consulta que pode livrar Cunha da perda do mandato se baseia em quatro perguntas: se deve ser votado em plenário um projeto de resolução (sujeito a receber emendas e assim sofrer alteração no plenário) ou parecer (do relator no Conselho de Ética, sem possibilidade de mudanças); se é possível fazer emendas em plenário (alterando o que veio do conselho); se essas emendas podem prejudicar o representado; e se no caso de rejeição pelo plenário do projeto de resolução, é preciso deliberar sobre a proposta original da representação ou se ela é considerada prejudicada.
O deputado Arthur Lira (PP-AL), aliado de Cunha, produziu um parecer onde sugere que seja votado em plenário um projeto de resolução, sujeito a emendas (desde que elas não prejudiquem o representado). O parecer do relator prevê ainda que, caso a pena prevista no projeto votado seja rejeitada pelo plenário, o deputado será absolvido, não podendo ser votada a representação inicial. No caso de Cunha, a representação do PSOL e Rede pede a perda do mandato.
O parecer de Lira foi apresentado nesta semana à CCJ e um pedido de vista adiou a votação por duas sessões..