Questionada sobre a saída do terceiro ministro do governo Temer por causa das investigações da Operação Lava Jato, a presidente afastada Dilma Rousseff afirmou na tarde desta sexta-feira que "todo dia nós acordamos e nos perguntamos: quem vai cair hoje?", em discurso feito na Universidade Federal de Pernambuco, no Recife.
Citado em delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) pediu ontem demissão do Ministério do Turismo. Nos 35 dias de gestão interina do peemedebista caíram também Romero Jucá, ex-titular do Planejamento, e Fabiano Silveira, que chefia a pasta da Transparência. Os dois deixaram o governo em razão da divulgação de gravações feitas por Machado que mostravam a discussão sobre medidas para barrar a Lava Jato.
Dilma reiterou críticas ao governo Temer e acrescentou que "eles não venceram, são interinos". A presidente afastada é alvo de um processo de impeachment em análise no Senado por ter, segundo os autores do pedido do procedimento, o jurista Miguel Reale Jr. e a advogada Janaina Paschoal, autorizado manobras contábeis para melhorar artificialmente as contas públicas e, ainda, pela edição de uma série de decretos que resultaram na abertura de créditos suplementares.
Na quinta-feira, 16, em Salvador, Dilma declarou que Temer "está desmontando tudo" ao ser abordada sobre novos limites de gastos em saúde e educação apresentados pela equipe econômica do governo interino. "Estão desmontando tudo e tentando esconder que deram um golpe", disse ela. Ao discursar no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia, Dilma afirmou que o governo Temer pratica o "desmonte" valendo-se de programas que não passariam pelas urnas..