Na semana passada, líderes dos grupos se reuniram e, de acordo com Geraldo Romano, participante da maior parte deles – como Vem pra Rua, Patriotas e Movimento Brasil Livre –, já estão postos de 12 a 15 nomes para disputar o pleito municipal. “Há candidatos na maioria dos partidos (com exceção daqueles que apoiam Dilma)”, explica.
Integrante do Patriotas, Syllas Valadão afirma que a intenção era lançar candidaturas avulsas, sem filiação partidária, mas a possibilidade não é permitida pelo atual sistema eleitoral. “A reforma política não permitiu isso. Os participantes estão livres para concorrer pelo partido que eles quiserem”, destaca. O próprio Valadão, filiado ao DEM, pretende concorrer ao cargo de vereador, com pelo menos mais dois colegas do Patriotas. “Está tendo muita adesão.
Romano acredita que os movimentos, que chegaram a levar cerca de 30 mil pessoas para os protestos contra o governo petista para a Praça da Liberdade, poderão eleger de três a quatro candidatos. Em sua avaliação, o principal trunfo dessas novas caras da política é a vida ilibada. “O que está acabando com o Brasil é a corrupção. Nossos representantes são ficha-limpa. Eles defenderão Deus, a família e a ética.”, destaca Romano.
Independentemente das candidaturas, Valadão reforça que os Patriotas terão uma atuação ativa durante as eleições municipais. Segundo ele, o grupo fará um acompanhamento dos candidatos e vai denunciar aqueles considerados “maus políticos”. Já aqueles considerados “bons políticos” também serão indicados aos eleitores. Esse acompanhamento será feito, por enquanto, em Belo Horizonte, Curitiba e Manaus.
DIVISÃO Um dos coordenadores da Frente Brasil Popular, que congrega movimentos sociais e partidos políticos favoráveis à presidente afastada, Frederico Santana afirma que a política nacional deve polarizar as eleições municipais, a partir da divisão entre candidatos pró-impeachment e contrários ao afastamento. “Os temas são diferentes, mas a visão de mundo de cada grupo ficou mais clara para a população. Espero que as eleições sejam mais politizadas”, reforça.
Em reportagem publicada ontem no Estado de Minas, políticos e cientistas políticos confirmaram que o cenário político nacional deve influenciar as eleições municipais. Eles acreditam que uma das influências possa ser o aumento do número dos votos brancos e nulos, provocada por uma desilusão dos eleitores com seus representantes.
Como a Frente Brasil Popular é formada por movimentos sociais e partidos de esquerda, Santana reforça ser natural haver “inúmeros” integrantes que sejam candidatos. “A Frente tende a não lançar candidatos, mas vai apoiar aqueles identificados com a luta contra o golpe e com uma Constituinte exclusiva para a reforma política”, diz.
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