Os procedimentos preparatórios eleitorais foram abertos a partir de denúncias recebidas pelo MP Eleitoral com base em convites para dois eventos promovidos por "amigos de João Doria" nos quais aparecem telefones e endereços de e-mails de empresas para que os convidados confirmem a presença.
Além de ser proibida a doação ou qualquer tipo de financiamento de empresas para políticos e partidos, a legislação eleitoral proíbe que pré-candidatos realizem eventos políticos que não sejam financiados pelo próprio partido.
O vereador de São Paulo e presidente do diretório municipal da sigla, Mario Covas Neto, afirmou que os eventos não tiveram dinheiro do partido e que não houve nenhuma ilegalidade. Ele esteve presente nos encontros que classificou como "ação entre amigos". A própria campanha de Doria informou que não sabe quem bancou os eventos, e disse que as atividades fazem parte da vida do empresário.
O primeiro evento foi um jantar realizado na quinta-feira, dia 9, no Club A, na capital paulista e contava com uma apresentação musical da cantora italiana Mafalda Minnozzi. No convite, apareciam o e-mail e o contato telefônico da empresa de segurança Gocil, parceira do Grupo Lide, um fórum de lideranças empresariais organizado por João Doria.
A empresa informou que o evento foi um "jantar empresarial" sem nenhuma relação com política oferecido "em homenagem" a Doria. A empresa não informou quem pagou pelo evento e disse apenas que ele foi organizado por "amigos" do empresário e coordenador pelo dono da empresa, Washington Cinel.
O outro evento foi realizado na terça-feira, 7, na residência do empresário Marcos Arbaitman, da empresa Maringá Turismo. Como no jantar anterior, no convite aparecia um e-mail da empresa para os convidados confirmarem a presença. A reportagem entrou em contato com a Maringá Turismo desde quinta-feira, 16, mas não obteve retorno.
Anderson Pomino, advogado de Doria, diz que ele participa dos eventos "na condição de empresário, de cidadão".
"Todos os eventos organizados de natureza política são devidamente contabilizados no diretório municipal do PSDB e serão publicizados", segue o defensor do tucano. Mario Covas Neto, que esteve presente nos dois jantares, afirmou que Doria foi cauteloso e não pediu votos e que os eventos são semelhantes ao que outros pré-candidatos estariam fazendo - ele citou o jantar de aniversário de Marta Suplicy (PMDB), que também quer disputar a Prefeitura..