Em 1988, ano da nova Constituição, foram ajuizadas 350 mil ações. Em 2014, 30 milhões. "Esse número nunca parou de crescer", afirmou o ministro, que esteve em São Paulo, na sexta-feira, 17, para uma palestra do Instituto dos Advogados de São Paulo sobre o impacto do novo Código de Processo Civil na Corte.
"Outro dia eu recebi, no STJ, um juiz da China. Eu expliquei para ele a quantidade de novas demandas. Quando eu disse o número, ele virou para a intérprete e disse que havia uma falha na tradução. Eu pedi para repetir, ele pediu para ver o número, 30 milhões. Ele ficou estarrecido", contou Salomão.
De acordo com o ministro, em 2001, foram ajuizados 12 milhões de processos, em 2009, 25,3 milhões e 2011, 26,3 milhões.
"Nesses 27 anos de Constituição, o número de processos ajuizados se multiplicou 80 vezes enquanto o número de juízes não chega a quadruplicar. Somos 17 mil hoje. Mas ainda assim nosso problema não é esse. Nós estamos bem na média mundial de juízes por 100 mil habitantes. Nós temos oito juízes por 100 mil. Nosso problema está na carga de trabalho", afirmou..