O peemedebista afirmou que, apesar da "guerra enorme do governo" contra sua candidatura à presidente da Câmara, um sentimento contrário ao PT o ajudou a se eleger para o comando da Casa. Cunha lembrou que o candidato petista que disputou com ele, Arlindo Chignaglia (SP), teve praticamente o mesmo número de votos que Dilma teve para tentar barrar o impeachment.
O parlamentar petista foi derrotado por Cunha por 267 votos a 136. Já o impeachment de Dilma foi aprovado pela Câmara por 367 votos a 137. Na avaliação de Cunha, isso demonstra que o governo Dilma tinha o tamanho de sua base limitado. "Ou seja, a Casa continuou dentro do processo de impeachment exatamente como estava no início da legislatura", disse.
O presidente afastado da Câmara afirmou que dados como esse mostram que o governo Dilma não tinha maioria e, por isso, acabou sofrendo derrotas no Parlamento. "E foi ficando cada vez mais fraco com a (Operação) Lava-Jato", afirmou o peemedebista.
CPI da Petrobras
Cunha disse também que esta "absolutamente convicto" de que não mentiu à CPI da Petrobras em 2015 quando disse que não possui contas não declaradas o exterior. A possível mentira foi justamente o que embasou o pedido de cassação do peemedebista, apresentado pelo PSOL e Rede no Conselho de Ética da Câmara.
"Estou absolutamente convicto de que não menti", afirmou Cunha.
O presidente afastado da Câmara disse que, na CPI da Petrobras, nenhum dos parlamentares o questionou se sua esposa, a jornalista Cláudia Cruz, possuía contas no exterior. "Ela detinha sim conta, dentro do padrão do Banco Central e não tinha obrigação de declarar", afirmou. Ele ressaltou ainda que não estava sob juramento na comissão e que não se furtou a responder qualquer pergunta.
Balanço
Cunha também fez um balanço dos trabalhos da Câmara enquanto era presidente. Ele citou a adoção de uma pauta independente na sua gestão. Entre as matérias aprovadas dessa pauta, ele citou a redução da maioridade penal e alguns pontos da Reforma Política.
O peemedebista rebateu a tese defendida pela presidente afastada Dilma Rousseff de que a votação de uma "pauta-bomba" inviabilizou o governo da petista. "Como se a Câmara fosse um conjunto de irresponsáveis", disse..