A ex-senadora Marina Silva, líder da Rede Sustentabilidade, não quis comentar o suposto esquema de corrupção envolvendo o avião que transportava Eduardo Campos (PSB) no dia da sua morte e do qual ela própria fez uso em 2014, quando compunha chapa para concorrer à Presidência da República com o ex-governador de Pernambuco. Marina não quis comentar a operação Turbulência, deflagrada nesta terça-feira, 21, pela Polícia Federal, alegando que ainda não tomou conhecimento da investigação e que pretende esperar a manifestação do PSB.
Segundo a PF, as empresas envolvidas na aquisição da aeronave usada por Campos eram de fachada e estavam em nome de laranjas. Além disso, há evidências de que elas realizavam diversas transações entre si e com outras empresas fantasmas, inclusive com algumas empresas investigadas na operação Lava Jato. Suspeita-se que parte dos recursos que transitaram nas contas examinadas servia para pagamento de propina a políticos e formação de caixa dois de empreiteiras. De acordo com os investigadores, o esquema encontrava-se ativo, no mínimo, desde 2010.
A operação Turbulência resultou na prisão dos empresários Apolo Santana e João Carlos Lyra, que compraram o jato Cessna Citation PR-AFA. Eles atuavam em Pernambuco, Estado pelo qual Campos foi governador por dois mandatos, antes de se candidatar a presidente em 2014, tendo Marina Silva como vice. Em 13 de agosto, durante a campanha, o avião comprado pelos empresários caiu em Santos e Campos morreu. Marina, que não estava com ele na aeronave, assumiu a candidatura e terminou a disputa em terceiro lugar.
Hoje à tarde, durante em evento em São Paulo, Marina voltou a defender uma transformação na política brasileira.
Marina também lamentou que o Brasil esteja passando por uma "profunda crise econômica", mencionando que mais de 11 milhões de brasileiros estão desempregados. "Não é fácil, porque temos de cuidar de algo que é emergencial e, ao mesmo tempo, falar de uma perspectiva de médio e longo prazo", disse..