Marcos Valério negocia delação com MP

Um dos promotores do caso, Eduardo Nepomuceno, não quis dar detalhes do teor do depoimento. Disse apenas que o MP está negociando com ele uma possível delação

Alessandra Mello
Marcos Valério cumpre pena na Penitenciária Nelson Hungria - Foto: Euler Jr/EM/D.A PRESS - 28/5/14
O empresário Marcos Valério, condenado no mensalão petista, prestou depoimento ontem na Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público. Ele chegou em um carro do setor de transporte de presos do governo de Minas e ficou na sede do MP, no Bairro Cidade Jardim, em Belo Horizonte, por cerca de três horas.

Um dos promotores do caso, Eduardo Nepomuceno, não quis dar detalhes do teor do depoimento. Disse apenas que o MP está negociando com ele uma possível delação. O advogado de Valério, Jean Robert Kobayashi Júnior, confirmou que seu cliente negocia delação, mas disse que não podia dar nenhum detalhe para não invalidar o depoimento. Ele classificou o depoimento de ontem como “uma delação informal”. Segundo ele, o MP ainda precisa concordar com a delação e depois homologar o acordo. A intenção é tentar reduzir sua pena no mensalão petista e outras futuras condenações.

Valério também negocia acordo de delação premiada com a força-tarefa da Lava-Jato. Em abril, ele foi alvo da 27ª fase, que apura um possível elo entre o esquema de corrupção na Petrobras e os mensalões petista e tucano.
Ele é réu na Lava-Jato e também no mensalão tucano, onde já foi condenado, em primeira instância, o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB). Esse processo foi desmembrado em três e, em um deles, o réu é Valério.

Apontado como operador do mensalão petista, Valério foi condenado em 2014 a 37 anos de reclusão por corrupção ativa, peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.. Ele cumpre atualmente sua pena na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Um dos motivos para sua delação é garantir também sua transferência para a Associação de Proteção aos Condenados (APAC) de Santa Luzia, onde o regime é semiaberto.







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