O governo defendia a divisão 2-2-2 das vagas entre conselheiros representantes dos trabalhadores, da empresa e independentes, como aprovado no texto que passou no Senado. Deputados ligados a fundos de pensão, porém, defendiam a manutenção da divisão em 3-3 entre indicados pela empresa e eleitos pelos trabalhadores, sem os independentes. As duas partes acabaram fazendo um acordo de meio-termo.
Segundo o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), relator da CPI dos Fundos de Pensão, o acordo com o governo manteve a paridade de 3-3 para conselhos deliberativos e 2-2 para os fiscais, ambos sem participação de independentes. Como contrapartida, foi criado um comitê de investimento com quatro vagas divididas entre representantes dos trabalhadores, patrocinadores, diretoria executiva e um conselheiro independente.
O deputado do PMDB explica que o novo comitê será responsável por fazer uma análise de todas as propostas de investimento e emitir um parecer recomendando ou não a diretoria do fundo de pensão a investir. A decisão final, porém, continuará com a diretoria executiva e o conselho deliberativo da instituição. Ou seja, os representantes desse comitê não terão direito a voto nessa decisão.
"A votação do projeto deve ficar lá para a primeira semana de julho", afirmou o líder do governo na Câmara. De acordo com André Moura, será muito difícil votar a proposta na próxima semana, uma vez que, assim como esta semana, só haverá sessões de votações na segunda e terça-feira, em razão da tradicional folga para que os deputados possam participar dos festejos juninos em suas bases eleitorais.
Para que possa votar o projeto, o governo precisa aprovar antes a medida provisória que dispõe de normas gerais para as Olimpíadas de 2016 no Rio.
Estatais
Proposta semelhante, a lei de governança das estatais deve ser sancionada nesta quarta-feira pelo presidente em exercício, Michel Temer. A matéria foi aprovada nessa terça-feira, 20, pelo Senado. Os senadores alteraram o texto aprovado pela Câmara. Eles aprovaram a proibição de indicação imediata de dirigentes partidários e sindicais para diretorias de estatais. A proibição constava no texto original, mas tinha sido retirada pelos deputados..