O Supremo Tribunal Federal (STF) começou na tarde desta quarta-feira o julgamento sobre a segunda denúncia oferecida contra o presidente da Câmara afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Lava-Jato. O inquérito investiga se o peemedebista manteve contas na Suíça abastecidas com propina desviada da Petrobras.
Se a denúncia for aceita, Cunha passará a responder como réu em mais este procedimento. A reportagem apurou que os ministros devem abrir a segunda ação penal contra o parlamentar por unanimidade. Mas podem travar um debate sobre questões mais técnicas relativas aos acordos de cooperação internacional que têm sido fechados pela Procuradoria-Geral da República.
A mulher do peemedebista, Cláudia Cruz, já responde como ré no mesmo caso, em ação que tramita na primeira instância e está sob a condução do juiz Sérgio Moro. A sessão desta quarta começará com o julgamento de um recurso no qual ela pede para ser julgada junto a Cunha, no Supremo, e não na primeira instância.
A denúncia contra o peemedebista neste caso foi oferecida ao STF pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em março. O parlamentar é acusado da prática dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Segundo interlocutores da Corte, o ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo, está encarando o caso com mais tranquilidade do que quando votou pelo recebimento da primeira denúncia contra Cunha, no início do ano.
Cunha já é réu perante ao STF por supostamente ter recebido US$ 5 milhões em propina por contratos de navios-sonda da Petrobras. O peemedebista também já foi denunciado em um terceiro processo que o investiga por recebimento de recursos das obras do Porto Maravilha, no Rio. Ainda na Lava Jato, o parlamentar é alvo de dois procedimentos já abertos e de um pedido de abertura de inquérito que aguarda a análise do ministro Teori.