São Paulo, 23 - Preso na manhã desta quinta-feira, 23, no âmbito da Operação Custo Brasil, o secretário municipal de Gestão da prefeitura de São Paulo, Valter Correia, pediu exoneração do cargo. O pedido, feito por meio de seu advogado e enunciado pela assessoria de imprensa da prefeitura, foi aceito pelo prefeito Fernando Haddad.
Correia foi um dos presos na operação que apura desvios de mais de R$ 100 milhões em propinas, entre 2010 e 2015, de contrato no Ministério do Planejamento, que teve como alvo central o ex-ministro Paulo Bernardo (Planejamento e Comunicações) nos governos Lula e Dilma Rousseff.
O agora ex-secretário é apontado como um dos beneficiários da propina desviada do contrato da empresa Consist Software, no Ministério do Planejamento, entre 2010 e 2015, para serviços do sistema de empréstimos consignados dos servidores federais. O esquema foi descoberto pela força-tarefa da Operação Lava Jato, que em agosto de 2015 prendeu o ex-vereador do PT Alexandre Romano, alvo da 18ª fase (Pixuleco II).
Após o anúncio da prisão de Correia, no início da manhã desta quinta-feira, Haddad cancelou o compromisso público que estava previsto em sua agenda. O prefeito ia participar da abertura do II Congresso Municipal de Educação para as Relações Étnico-Raciais no anfiteatro da universidade Uninove, na Barra Funda. A previsão, de acordo com sua assessoria, é que o Haddad permaneça na sede da prefeitura durante todo o dia, oficialmente dedicado a "despachos internos".
A nota divulgada pela prefeitura afirma que Valter Correia "cumpriu suas funções com diligência de forma transparente e republicana. Confira a íntegra da nota:
"O secretário municipal de Gestão, Valter Correia da Silva, solicitou por meio do seu advogado, na manhã de hoje, exoneração do cargo, para poder se defender de acusações, que são alheias à administração municipal.
No tempo em que ocupou a Secretaria de Gestão, Valter Correia da Silva, cumpriu suas funções com diligência de forma transparente e republicana."