O alvo da operação no período da manhã é um esquema que teria desviado mais de R$ 100 milhões entre 2009 e 2015, por meio do contrato com a empresa de tecnologia Consist Software. A empresa gerenciava o sistema de concessão de empréstimos consignado a servidores públicos. O custo desse trabalho seria de R$ 0,30, mas a empresa cobrava cerca de R$ 1,00. "O esquema lesou milhares de funcionários públicos que utilizaram esse tipo de crédito", destacou o superintendente regional da Receita Federal, Fabio Ejchel. A Receita e a procuradoria da República participam da operação conjunta.
Este recurso extra, de cerca de R$ 0,70 por operação, era destinado a empresas de fachada, que distribuíam a propina para políticos, entre os quais Bernardo.
A PF não descreveu com exatidão quanto cada um dos agentes recebia pelo esquema. No início do esquema, em 2010, cerca de 10% era destinado a um escritório de advocacia ligado ao ex-ministro. Já o ex-vereador petista Alexandre Romano, que foi preso ano passado no âmbito da Lava Jato, recebia cerca de 20%, destinando parte destes recursos ao PT.
De acordo com Costa, da PF, não há indícios que a ex-ministra Miriam Belchior, que sucedeu Bernardo na pasta, esteja envolvida no esquema. Ainda assim, há funcionários do segundo e terceiro escalão do Ministério no esquema..