Condenado em dois processos penais e alvo de outras frentes do escândalo Petrobras, a mudança de regime prisional faz parte do acordo de delação premiada fechado em novembro do ano passado com o Ministério Público Federal. No acordo, o ex-diretor da Petrobras citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente afastada Dilma Rousseff, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Junto com o filho, gravou o então líder do governo no Senado, Delcídio, tentando comprar seu silêncio - e deu início ao fim do governo Dilma Rousseff.
Cerveró embarcou em um voo comercial para o Rio. Um quase um ano e meio atrás, quando chegava de Londres, Cerveró foi preso pela Polícia Federal, alvo da 8ª fase da Lava-Jato. Acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e participação na organização criminosa que desviou mais de R$ 20 bilhões da Petrobras e patrocinou partidos e campanhas da base aliada e da oposição, desde 2004, ele chegou a passar as festas de fim de ano em casa, e voltou para a carceragem da Federal, em Curitiba.
Condenado em dois processos julgados pelo juiz federal Sérgio Moro, da Lava-Jato, em Curitiba, Cerveró é alvo ainda de outra ação penal e inquéritos. Pelo acordo de delação premiada, fechado com a Procuradoria-Geral da República (PGR) - dos processos envolvendo políticos com foro especial -, suas penas não podem ultrapassar os 25 anos.
Garoto de Ipanema
Com isso, o período de regime fechado ficou estabelecido que seria de 1 ano, 5 meses e 9 dias. O resto será cumprido em casa, no Rio, sua terra natal.
Delator das propinas na compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, um dos primeiros episódios ruidosos do escândalo Petrobras, e responsável pela prisão de Delcídio e do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, ele aceitou devolver R$ 17 milhões em seu acordo de delação.
Com agências.