O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira negou ao juiz federal Paulo Bueno de Azevedo na tarde desta sexta-feira em audiência de custódia, ter proposto, em 2015, ajuste de versões com o lobista Milton Pascowitch sobre o Caso Consist - empresa de software que teria montado fraude milionária com dinheiro de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento, na gestão do então ministro Paulo Bernardo. Ferreira disse que não conversa com o Pascowitch desde 2012.
Chambinho foi preso na Lava Jato em agosto de 2015, por suspeita de envolvimento no esquema Consist. Chambinho fez delação premiada e revelou como eram realizados repasses ilícitos que beneficiaram o próprio Paulo Bernardo e o PT, a partir de um desvio estimado pela Custo Brasil em R$ 100 milhões entre 2010 e 2015. O ex-ministro, preso pela PF na quinta, teria recebido R$ 7,1 milhões do montante desviado.
O juiz federal Paulo Bueno ordenou a prisão do ex-tesoureiro do PT - cuja sede em São Paulo foi alvo de buscas nesta quinta-feira -, sob a alegação de que ele poderia fugir e por em risco a ordem pública e a aplicação da lei penal. Quando sua prisão foi ordenada, Paulo Ferreira estava em Brasília. Decidiu, então, entregar-se diretamente à Justiça Federal. Para evitar ser detido no Aeroporto, ele deslocou-se de carro para São Paulo.
No início da tarde desta sexta, acompanhado de seu advogado, o criminalista José Roberto Batochio, o petista apresentou-se ao juiz.
"A prisão preventiva de Paulo Ferreira é absolutamente desnecessária", afirma Batochio.
Para o advogado "deve estar havendo algum equívoco". "Existe, ao que parece, algum outro Paulo nessa história, que não é Paulo Ferreira", afirmou o criminalista.