A Operação Mar de Lama chegou a três pré-candidatos ao Executivo de Governador Valadares.

O vereador Ricardo Assunção, cotado para ser vice na chapa do PT, foi preso em maio, duas semanas antes de se casar, acusado de receber propina. Segundo os investigadores, ele teria recebido R$ 20 mil mensais da Valadarense, a empresa que detém o monopólio do transporte de ônibus de passageiros na cidade. Ricardo foi o quarto vereador mais votado em 2012. Sua chance de ser vice numa eventual chapa encabeçada pelo PT era grande, pois o parlamentar tinha grande visibilidade. O petebista era apresentador de um programa policial numa emissora local.

O colega de Câmara Geovane Honório (PT), que presidiu o Legislativo em 2013 e 2014, também teve o nome ventilado para ser vice de Leonardo Monteiro, na hipótese de uma chapa puro sangue. O petista também é réu na Mar de Lama. A Justiça determinou o afastamento do Legislativo.

O vereador também foi citado na delação premiada de Jefferson Lima, que fazia parte do esquema de desvio de dinheiro.

O delator afirmou que Geovane teria participado de um plano supostamente orquestrado por Edvaldo Soares, presidente do Democrata e pré-candidato do PMDB à prefeitura. Edvaldo, segundo o delator, teria oferecido de R$ 100 mil a R$ 130 mil para os vereadores elegerem um parlamentar do PMDB à presidência da Câmara Municipal em 2014.

A intenção dele era abrir caminho para chegar à presidência da legenda em Valadares, o que aumentaria suas chances de ser vice numa eventual aliança com o PT. Edvaldo nega que tenha feito a proposta. Segundo o delator, contudo, o plano não se concretizou porque Geovane Honório teria oferecido aos vereadores que participariam da proposta R$ 30 mil. A diferença seria embolsada pelo petista, afirmou Jefferson.

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