Projetos estão na fila de votação na Assembleia Legislativa de Minas

Deputados mineiros tentam concluir votações na Assembleia Legislativa antes do período das convenções partidárias. Último tema decidido no plenário ocorreu em 18 de maio

Juliana Cipriani
Clima político e reforma administrativa têm motivado debates que travam votação, segundo deputados - Foto: Guilherme Bergamini/ALMG - 22/6/16

Desde meados de maio, quando tiveram a verba indenizatória paga para o custeio da atividade parlamentar reajustada em 35%, os 77 deputados estaduais de Minas Gerais só conseguiram concluir votação de projetos de lei no plenário em um dia. O restante das 27 reuniões realizadas no período não resultou em matérias aprovadas. Destas, 24 foram encerradas por falta de quórum e três não chegaram a abrir por ter menos de 26 presentes. Também houve uma sessão cancelada.

A última vez que os deputados votaram foi em 18 de maio. Na ocasião, aprovaram um crédito suplementar de R$ 2.827.691,30 para a Defensoria Pública de Minas Gerais. Também votaram 16 doações de imóveis em municípios mineiros propostas por deputados. Os parlamentares aprovaram o projeto do deputado Dalmo Ribeiro (PSDB), que estabeleceu o dia 3 de outubro como marco da renovação da primeira República.

Ainda neste dia, foram aprovados, em primeiro turno, projetos de Wilson Batista (PSD) que prevê o monitoramento de mamografias no estado e, de João Leite (PSDB), prevendo o registro de comércios que atuam na fundição de ouro. Na lista do dia estava o projeto de Durval Ângelo (PT) dando livre acesso a autoridades em unidades carcerárias, mas ele não foi votado.

Os deputados não precisaram votar o aumento da verba indenizatória, pois o valor é definido por deliberação da Mesa Diretora, o que não passa pelo plenário.

Pela regra de 10 de maio, retroativa ao dia 1º, a verba passou de R$ 20 mil para R$ 27 mil. Os valores são pagos como reembolso para serviços que vão desde o aluguel de imóveis e carros, abastecimento com gasolina até a divulgação de atividade parlamentar.

ESFORÇO Segundo os deputados, o clima político e a complexidade da reforma administrativa enviada pelo governador Fernando Pimentel são os motivadores da falta de votações no Legislativo. Há um grupo de parlamentares insatisfeitos com o não pagamento de emendas parlamentares. Na semana passada, a Casa fez um esforço concentrado, com sessões extraordinárias na terça, quarta e quinta-feira. Mesmo assim, e embora os parlamentares tenham avançado na discussão, não foi possível votar a reforma.

O líder da maioria, deputado Vanderlei Miranda (PMDB), acredita que as votações serão retomadas. “A oposição tinha levantado algumas questões sobre a reforma administrativa, mas creio que estejamos chegando a um acordo”, disse. São 18 projetos que ainda passam pelas comissões e já motivaram algumas audiências públicas. O peemedebista espera que a pauta seja encerrada até 2 de julho, pois nessa data já começam as atividades pré-eleitorais. As convenções para definição dos candidatos começam no dia 20.

Se depender da oposição, no entanto, não será tão fácil. O deputado João Leite afirma que a obstrução vai continuar. “A oposição não aceita votar a reforma proposta pelo governador, criando três secretarias, querendo extinguir cargos que são necessários em políticas públicas. Além disso, os textos remetem a 38 decretos, o que equivale a dar um cheque em branco ao Executivo”, analisa.

.