Segundo o laudo, os três decretos de créditos promoveram mudança na lei orçamentária incompatível com meta fiscal vigente na data de sua edição. De acordo com os peritos, os adicionais de R$ 1,7 bilhão, R$ 29,9 milhões e R$ 600,3 milhões só poderiam ser pedidos com autorização prévia do Congresso Nacional. Neste caso, eles dizem que houve ato da presidente para destinar a verba.
Já em relação às chamadas pedaladas fiscais, que consistiram no atraso de R$ 3,5 bilhões em pagamentos devidos ao Banco do Brasil pelo Tesouro Nacional pelo Plano Safra, ao contrário do que alega a defesa de Dilma, os peritos dizem que eles podem ser enquadradas como operação de crédito. Sobre a participação de Dilma, porém, a conclusão é outra.
Os peritos avaliaram que não houve interferência da presidente. Neste caso, portanto, não haveria crime de responsabilidade.
Segundo os peritos, em 31 de dezembro de 2014, o valor devido pelo Tesouro ao Banco do Brasil era de R$ 9,51 bilhões e, em 15 de dezembro de 2015, de R$ 10,65 bilhões. Esses pagamentos são referentes a subvenções por equalização de taxas de juros no Plano Safra, em benefício dos tomadores de crédito rural contratado na instituição financeira.
A perícia tem a função de instruir os juízes - no caso, os senadores - sobre detalhes técnicos que eventualmente estejam envolvidos no processo. A junta tem até sexta-feira para responder aos eventuais questionamentos feitos por defesa e acusação. Até a próxima segunda-feira (4), os assistentes periciais das partes poderão entregar um contra-laudo divergindo ou concordando com as conclusões da junta. Na terça-feira (5), a comissão se reune em audiência pública para debater o laudo.
A perícia teve dez dias para responder a 99 perguntas tanto da defesa quanto da acusação. O laudo final consta de 224 páginas e divide a análise dos atos da presidente entre os quatro decretos analisados no processos e as operações de crédito realizadas relativas ao Plano Safra, conhecidas como pedaladas fiscais. (Com agências). .