Brasília – O líder do governo interino na Câmara, André Moura (PSC-SE), criticou o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), por viabilizar um “recesso branco”, inviabilizando trabalhos nesta semana.
Maranhão havia liberado os deputados durante esta semana, mas por pressões e pela repercussão negativa da decisão, voltou atrás e definiu sessões somente ontem e hoje. Segundo relato que o próprio Maranhão fez ao secretário-geral da Mesa Diretora da Câmara, Sílvio Avelino da Silva, houve uma pressão de deputados para a retomada das votações ainda nesta semana por causa da repercussão negativa de que a Casa ficaria mais de 10 dias sem sessões no mês de junho. Na semana passada, apenas uma matéria foi votada: a medida provisória que libera o controle estrangeiro de empresas aéreas brasileiras, aprovada na terça-feira.
Tradicionalmente, os deputados costumam aproveitar este período do ano para participar das festas juninas nos estados, principalmente no Nordeste. Em ano de eleições municipais, as celebrações de junho ganham destaque ainda maior porque os parlamentares que pretendem se candidatar a prefeito usam as festas para fazer campanha informal.
André Moura cita três matérias que deverão ser prejudicadas, e afirma que fará um “apelo” para que na próxima semana Maranhão tente recuperar votações que seriam nos próximos dias. O projeto do pré-sal – previsto para análise hoje em comissão especial –, a Lei Geral das Estatais – aprovada pelo plenário do Senado no último dia 15 – e a Medida Provisória 718, que altera normas tributárias e de controle de dopagem para os Jogos Olímpicos devem sofrer atraso.
O líder do governo na Câmara pedirá ao presidente interino da Casa que na semana que vem as sessões possam começar na segunda-feira às 14h, com efeito administrativo, e ir até quinta-feira à noite.
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