Parlamentares dos mais diversos partidos minimizaram nesta terça-feira a divulgação de um novo acordo de delação premiada envolvendo o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR). No Congresso, há o entendimento entre governistas e oposicionistas de que as menções à cúpula do PMDB já se tornaram corriqueiras e não impactam o governo provisório. Nelson Mello, ex-diretor de Relações Institucionais do Grupo Hypermarcas, afirmou ter pago R$ 30 milhões em propina a políticos.
Até mesmo os petistas evitaram comentar a nova delação envolvendo Jucá, nome forte da gestão de Michel Temer. Segundo lideranças do partido na Casa, o motivo do silêncio é que as acusações também atingiriam Renan. Os aliados de Dilma dizem que ainda há uma "esperança mínima" de voltar ao poder e, por isso, não querem se indispor com o presidente do Senado. A tendência, acreditam, é que o presidente se torne cada vez mais próximo de Temer e, assim, os embates entre ele e os petistas se tornarão mais frequentes e intensos.
Como adiantou o jornal O Estado de S. Paulo nesta terça-feira, 28, uma nova delação premiada foi firmada com a Procuradoria Geral da República (PGR), apontando um suposto repasse de propinas milionárias para senadores do PMDB, entre eles Renan, Jucá (RR) e o senador Eduardo Braga (AM). A PGR vai pedir ao Supremo Tribunal Federal que as afirmações envolvendo os políticos sejam investigadas no âmbito da Operação Lava Jato. As informações repassadas por Mello referem-se a atuação de parlamentares na defesa de interesses da empresa no Congresso Nacional.