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Estado de Minas

Brasil tem 131 juízes ameaçados

Poder Judiciário fez pesquisa que constatou o índice de 131 juízes ameaçados em todos os seus órgãos. Em 69% dos casos a autoria é conhecida


postado em 28/06/2016 18:23 / atualizado em 28/06/2016 19:12

O Brasil tem hoje 131 magistrados em situação de risco, em 36 tribunais do país. O levantamento foi feito por meio do Diagnóstico da Segurança Institucional do Poder Judiciário, divulgado segunda-feira, em Brasília, durante a 1ª Reunião Nacional das Comissões de Segurança do Poder Judiciário. Com 23 magistrados em situação de risco, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de janeiro (TJRJ) é a Corte que relatou o maior número de magistrados na mira de ameaças. E pior. Apesar do alto índice, em 58% dos órgãos nunca foi disponibilizado aos magistrados um curso de segurança pessoal. Segundo informações ainda preliminares, em 69% dos casos a autoria das ameaças é conhecida. Os casos chegam à polícia em 65% das situações relatadas.


Aos juízes ameaçados, revela a pesquisa, sempre ou na maioria das vezes, são disponibilizados coletes balísticos por 32% dos órgãos, serviços de escolta por 30% dos órgãos e veículos blindados por apenas 14% dos órgãos. Nos casos de urgência de ameaça a magistrados, poucos órgãos afirmaram contar com plantões, agentes do quadro próprio ou articulação de ações com as forças policiais.

De acordo com o conselheiro Fernando Mattos, a pesquisa entra em uma segunda fase, direcionada apenas aos tribunais que relataram casos de ameaças a magistrados. Nessa etapa, serão feitas às comissões permanentes de segurança dos tribunais perguntas sobre o procedimento adotado em relação ao problema, como o registro da ameaça na polícia e demais medidas adotadas. “Dividimos a pesquisa em duas partes: em primeiro lugar verificamos as condições materiais, como se dá o cumprimento da Resolução 104, e, em um segundo momento, saber o que está sendo feito em relação aqueles magistrados que estão colocados em situação de risco”, explicou o conselheiro.

A pesquisa revela ainda que 97% dos órgãos do Poder Judiciário contam com uma unidade de segurança institucional em sua estrutura, mas muitas delas não têm profissionais especializados. De acordo com o diagnóstico, quase 24 mil pessoas trabalham na área de segurança do Poder Judiciário, sendo 15.036 vigilantes terceirizados, 5.491 mil servidores e 3.453 agentes de segurança pública (policiais militares, civis ou federais e bombeiros militares).
Os funcionários do Poder Judiciário que atuam na área de segurança representam 2% dos servidores e 11,2% dos terceirizados do Poder Judiciário. Ao todo, 20 tribunais não contam com servidores do quadro próprio especializado na área.

Equipamentos


Segundo o levantamento, que teve participação de 98% dos órgãos do Judiciário, 57% dos tribunais estão equipados com pórticos detectores de metais. Nas unidades de primeiro grau, esse aparelho aparece muito frequentemente ou frequentemente em apenas 36% das unidades judiciárias. Além disso, 94% dos tribunais estão equipados totalmente ou em parte com câmeras de segurança. Já no primeiro grau, apenas em 47% das unidades o índice de uso de câmeras é frequente ou muito frequente. Ainda de acordo com o diagnóstico, esteiras de Raio X não estão presentes em 59% dos Tribunais, enquanto no 1º Grau o equipamento é inexistente ou quase inexistente em 78% das unidades judiciárias.


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