Ex-ministro Jaques Wagner admite erros do governo Dilma

Jaques Wagner usa rede social para dizer que o governo Dilma cometeu erros na economia e na política e que o maior deles foi ter mantido a coligação com o PMDB nas eleições de 2014

Isabella Souto
"Erramos na condução da economia e na condução da política. Nenhum desses erros, no entanto, foi maior do que o de ter feito aliança com o grupo político que se encontra no poder" - Jaques Wagner, ex-ministro da Casa Civil no governo Dilma, em comentários no Twitter - Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

O ex-ministro da Casa Civil na gestão Dilma Rousseff (PT) Jaques Wagner usou ontem a conta no Twitter para admitir que o governo cometeu erros na condução da economia e da política. O pior deles, a reedição da aliança com o PMDB nas eleições de 2014, representada com a indicação de Michel Temer para vice-presidente. “É importante reconhecer que nosso governo cometeu erros. Erramos na condução da economia e na condução da política. Nenhum desses erros, no entanto, foi maior do que o de ter feito aliança com o grupo político que se encontra no poder”, escreveu o petista, que não detalhou os erros que teriam sido cometidos na economia pelo governo Dilma.

Jaques Wagner escreveu ainda que, ao acertar a dobradinha com o PMDB, o PT não imaginava que estaria se unindo a um vice “traidor e usurpador”. “Jamais poderíamos imaginar que estaríamos nos aliando a um grupo que se revelou o que há de mais conservador na política brasileira”. Temer é acusado por aliados de Dilma de ter articulado o impeachment da presidente, afastada do cargo desde 12 de maio, com a aprovação do processo pelo Senado.

A própria Dilma já fez várias críticas públicas ao PMDB e a Michel Temer. Em um evento em Salvador, ela reclamou de uma articulação para sentarem em sua cadeira “sem voto”, em referência clara ao peemedebista.

“Se eles querem chegar ao poder, e não tem crime, só tem um caminho: disputem eleições e digam para o povo o que querem”, afirmou a petista pouco antes de ser afastada do cargo de presidente da República. Em Recife, há duas semanas, durante pronunciamento na Universidade Federal de Pernambuco, ela disparou: “Esse golpe foi uma conspiração do ex-vice-presidente e do presidente afastado da Câmara (Eduardo Cunha)”.

 

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