Uma campanha lançada nesta quarta-feira na internet pretende arrecadar recursos para custear os gastos da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) em seus deslocamentos pelo país. A iniciativa é de duas amigas de Dilma: Guiomar Silva Lopes, 70 anos, e Maria Celeste Martins, de 74 anos. A campanha intitulada “Jornada Pela Democracia – Todos Por Dilma” foi ao ar no começo desta tarde e, por volta das 15h, já se aproximava dos R$ 37 mil. A meta é que sejam recolhidos R$ 500 mil.
O lançamento da campanha foi forçado após parecer da Casa Civil do governo do presidente interino Michel Temer (PMDB) proibir a petista de utilizar as aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) em deslocamentos que não sejam entre Porto Alegre e Brasília. No entanto, a Justiça do Rio Grande do Sul acabou concedendo à Dilma a possibilidade de utilizar voos em aeronaves oficiais desde que a viagem seja paga. Daí surgiu a ideia da vaquinha digital.
A argumentação para que Dilma use as aeronaves da FAB é que em voos normais a presença dela poderia causar tumulto com a manifestação de passageiros favoráveis e contrários a ela.
As doações têm valores variados. Podem ser de R$ 10 reais, valor mínimo, mas são aceitas contribuições de R$ 5 mil ou mais. O site ressalva que só serão aceitas colaborações de pessoas físicas residentes no Brasil e a prestação de contas também será feita na página de Dilma. Como recompensas são oferecidas a citação do site da presidente, foto oficial autografada em versão digital, além de vídeo de agradecimento.
Desde que foi afastada do governo, Dilma tem se dedicado a participar de eventos com a justificativa de “denunciar o golpe”. “Mostrar que o impeachment é fraudulento requer conversar com parlamentares, representantes de instituições e de movimentos sociais. Requer, sobretudo, estar junto a cidadãs e cidadãos de todo o País”, esclarece texto publicado na página da campanha.
Para justificar a atitude de amizade, Guiomar afirma que ela permite a participação de outras pessoas. "Achamos importante abrir uma conta onde as pessoas pudessem fazer doações e haver disponibilidade de recursos que a presidenta pudesse usar para as suas viagens," esclarece.