Em palestra, o procurador foi questionado sobre a soltura hoje do ex-ministro Paulo Bernardo por decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Bernardo estava detido desde a semana passada em virtude da operação Custo Brasil, desdobramento da Lava-Jato que apura desvios no Ministério do Planejamento quando o petista comandava a pasta.
Dallagnol preferiu não emitir opinião sobre o caso específico de Bernardo, pois a Custo Brasil é comandada pela Polícia Federal de São Paulo e não de Curitiba, mas criticou o número de instâncias a que um habeas corpus tem acesso - desembargador na segunda instância, turma na segunda instância, relator no Superior Tribunal de Justiça, turma no STJ, relator no STF, turma no STF. "E não é só isso: você pode mudar o mínimo no pedido de habeas corpus e seguir todo esse caminho de novo", afirmou. "O habeas corpus tem que existir, sim, mas como existe no mundo inteiro, não 'à brasileira'", defendeu.
O procurador também criticou o sistema de prescrição no Brasil, que permite até prescrição retroativa, algo que, segundo ele, só existe no País, e o sistema de nulidades. Segundo ele, é um atraso que, no Brasil, uma nulidade processual possa derrubar uma operação inteira de combate à corrupção. "Você não desmonta um prédio inteiro apenas porque um cano está furado."
Guerra de comunicação
O procurador defendeu a postura da força-tarefa da Lava Jato e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.