"Várias empresas nos procuram para fazer acordo de leniência, mas estamos numa fase em que fatos já foram descobertos, comprovados.
Segundo o procurador, se houver um excesso de acordos, isso pode incentivar novos crimes, pois os corruptores podem passar a acreditar que fazer acordos de leniência e colaboração é um caminho fácil para obter penas menores. Ele apontou também que as informações prestadas pelas empreiteiras podem coincidir, não sendo interessante para a operação fechar leniência com uma quantidade maior de empresas.
Dallagnol afirmou que o interesse seria de fechar mais uma leniência além das que já foram fechadas até o momento. "Chegamos a um ponto em que queremos fazer leniência com apenas mais uma empresa."
O procurador não esclareceu, contudo, se será mais um acordo de leniência somado apenas ao da Camargo Correia ou se outras empreiteiras já fecharam colaboração e isso ainda não foi oficialmente divulgado.
Em agosto do ano passado, a Camargo fechou acordo de leniência com o Ministério Público Federal assumindo os crimes de cartel, fraude à licitação, corrupção e lavagem de dinheiro. À época, foi divulgado que a empreiteira devolveria R$ 700 milhões a título de ressarcimento por prejuízos causados à sociedade. Desde então, há informações não confirmadas de que Odebrecht, OAS, Andrade Gutierres e Queiroz Galvão estariam também fazendo acordos no mesmo sentido com o MPF..