"Não há qualquer espaço para acordo. Atuamos no Conselho de Ética pela sua cassação e se formos procurados com qualquer proposta diferente disso nossa resposta será não", afirmou Bueno em nota.
Líderes partidários, incluindo parlamentares da base aliada, afirmam que está em discussão um acordo para aprovar o recurso de Cunha na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e retardar a votação em plenário, em troca da renúncia do peemedebista ao comando da Casa.
Segundo fontes, em conversa com Cunha no domingo, o presidente em exercício Michel Temer deixou claro sua insatisfação com a permanência de Waldir Maranhão (PP-MA) na presidência da Câmara e reclamou que a instabilidade política está atrapalhando as votações de matérias de interesse do governo.
Os relatos são de que Temer teria pressionado Cunha a renunciar para apressar a saída de Maranhão, mas Cunha teria exigido que seu sucessor fosse alguém alinhado a ele para tocar seu processo disciplinar. Nos corredores, a informação que circula é de que o deputado afastado poderá anunciar a renúncia na segunda-feira, 4, dia em que o relator na CCJ, Ronaldo Fonseca (PROS-DF), deve entregar seu parecer.
O líder do PPS disse hoje que o afastamento de Cunha por decisão judicial não é suficiente. "Ele precisa ser cassado", pregou.
O discurso de Bueno se alinha aos demais líderes da antiga oposição, como DEM, PSDB e PSB. Há poucos dias, o grupo se reuniu com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e deixou claro o desconforto de fazer parte de uma operação para salvar o peemedebista. "Não vamos compactuar com essa história de livrar na CCJ. Isso está cristalizado", afirmou o líder do DEM da Casa, Pauderney Avelino (AM).