O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, lançou na manhã desta sexta-feira a pré-candidatura do deputado estadual João Leite (PSDB) a prefeito de Belo Horizonte. Leite já disputou o cargo em outras duas ocasiões, em 2000 e 2004, perdendo para Célio de Castro (1932/2008) e Fernando Pimentel (PT), hoje governador de Minas Gerais.
Em encontro no Hotel Dayrell, no Centro da Capital, com lideranças tucanas, Aécio disse também que daqui a 15 dias o partido estará em condições de anunciar a chapa completa, com a escolha do candidato a vice-prefeito, e também quais os partidos que vão apoiar a campanha dos tucanos. "A partir de hoje, o deputado João Leite começa as conversas com as outras forças políticas", afirmou o senador.
Com o anúncio de hoje, rompe-se a aliança entre o PSDB e o PSB firmada para as duas últimas eleições a prefeito de Belo Horizonte - quando Marcio Lacerda (PSB) contou com o apoio dos tucanos para se eleger. Questionado sobre o assunto, Aécio disse que isso "faz parte da dinâmica da política". "Tenho uma relação pessoal com o prefeito extremamente positiva e próxima. Conversamos até aqui buscando esse entendimento (manter a aliança). É um direito dele, que parece ter tomado outra posição, respeito. No nosso grupo político, o nome de João Leite surgiu naturalmente", avaliou o senador.
Apesar do tom conciliador, Aécio não deixou passar a oportunidade de mandar um recado a Marcio Lacerda, que teve em Aécio o "padrinho" que o levou para a política. Antes de 2008, quando disputou a primeira eleição para prefeito, Lacerda nunca havia concorrido a qualquer pleito eleitoral. Ele era o então secretário de Desenvolvimento Econômico do governo Aécio Neves (2003/2010)."Política não pode ser compreendida como ação solitária, mas sobretudo como exercício da solidariedade", sentenciou o senador.
Marcio Lacerda mantém firme a disposição de apoiar a candidatura própria do PSB. O prefeito de Belo Horizonte já anunciou que o pré-candidato do partido no qual ele também é filiado será o ex-secretário de Cultura Paulo Brant, que ocupou o cargo durante o no governo Aécio Neves (2003/2010). Perguntado se o pleito em outubro deste ano poderá se converter numa disputa de "caciques políticos", Aécio respondeu: "Acredito que não. Eu não temo eleições, se temesse não teria apoiado Márcio Lacerda. Política não pode ser compreendida como ação solitária, mas sobretudo o exercício da solidariedade.
Lava-Jato
O senador também comentou sobre a influência da Operação Lava-Jato nas eleições deste ano. "Todos os homens públicos devem estar à disposição para prestar todos os esclarecimentos a todas as denúncias, por mais absurdas que elas sejam. O Brasil evoluiu, amadureceu. Passou o tempo que homens públicos por serem mais ou menos poderosos estariam imunes de dar satisfações, nós daremos. Se há uma depuração na política hoje, ela se inicia com o nosso combate ao governo do PT na última campanha presidencial, quando nós denunciamos a irresponsabilidade do PT", afirmou.
De acordo com Aécio, seria até "surpreendente" que não houvesse a lembrança, na Lava-Jato, do nome da principal liderança da oposição. "Como é o meu caso.
Nárcio Rodrigues
O senador Aécio Neves também disse que recebeu com "surpresa" a prisão e a denúncia que tornou réu o ex-secretário de Ciência e Tecnologia Nárcio Rodrigues. "Confiamos que ele possa na Justiça mostrar a sua inocência", disse..